Porquê construir uma área de acolhimento (AAA) e/ou uma área de serviço (ASA) para autocaravanas?
O autocaravanismo representa uma mais-valia para o turismo nacional com dezenas de milhares de autocaravanas, nacionais e estrangeiras a circular por todo o nosso território, sem qualquer carácter de sazonalidade e com os mais diversos interesses por parte dos seus utilizadores que apreciam, indiferentemente e entre outros, a gastronomia, as belezas naturais, o folclore e a riqueza étnica e os monumentos. O povo português, tradicionalmente acolhedor, cria o envolvimento ideal e oferece as melhores condições para que o turista itinerante – o autocaravanista, desfrute a riquíssima e variada oferta disponível em todas as nossas regiões, do Minho ao Algarve, do interior ao litoral. Importa pois completar esta oferta variada criando condições de acolhimento que atraiam e fidelizem este segmento importante de turismo, construindo as necessárias infra-estruturas de acolhimento e serviço que permitam o usufruto das ofertas disponíveis, com as condições que sabemos necessárias e essenciais para a visita das autocaravanas.
Queremos dizer que, necessitando as autocaravanas de espaços de estacionamento adequados às suas dimensões e ainda de, periodicamente, fazerem o despejo das águas sabonetadas e das sanitas, náuticas ou portáteis, e ainda de abastecerem de água potável, se torna essencial para receber este tipo de turismo criar, estrategicamente situadas ao longo do território nacional, áreas de acolhimento ou seja, áreas de estacionamento e áreas de serviço, preferencialmente contíguas. Não são construções dispendiosas e o possível retorno em termos globais, isto é, se encararmos o país como um todo decerto compensará o investimento. A título de exemplo referiremos um estudo de Julho de 2008, efectuado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve do então Ministério do Ambiente do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, que apurou 1.056.565 de dormidas de autocaravanistas fora dos parques de campismo, de um total de 1.200.000 dormidas dentro e fora dos parques, só naquela região. É óbvio que estes autocaravanistas, para chegar ao Algarve, terão de atravessar Portugal e se forem convenientemente atraídos, visitam outros locais, privilegiando aqueles que lhes oferecem as referidas áreas de acolhimento e de serviço de que necessitam.Existindo na povoação disponibilidade para estacionar, muitas vezes bastará a construção da área de serviço mas, oferecer um local aprazível com uma boa envolvência, convida a ficar, promove melhor a terra e rentabiliza mais o investimento. Também a proximidade da infra-estrutura com o comércio e a restauração facilita a frequência destes estabelecimentos incrementando a mais-valia. Aconselha-se ainda a colocação de painéis publicitando quer o turismo quer o comércio locais. A criação destas infra-estruturas estrategicamente posicionadas no território é uma boa forma de regular a distribuição deste tráfego e reduzir as pouco desejáveis concentrações.
O que aqui também se defende é que será sempre preferível acolher de que proibir e afastar, particularmente para um país que pretende ser e continuar a ser, na Europa, um destino turístico privilegiado.